O papel do artista no espaço público é o tema do episódio inédito do CurtaDoc que vai ao ar na terça, 1º de janeiro, às 21 horas, no SESCTV. O Artista e a Rua exibe três documentários sobre personagens que constroem suas obras a partir de intervenções urbanas: Selarón, A Grande Loucura, de Renata Brito e José Roberto Mesquita, Temporal – A arte de Stephan Doitschinoff, de Bruno Mitih, e Leonel Mattos em 24 quadros por segundo, de Tuna Espinheira. O CurtaDoc é um programa sobre a cultura do documentário, realizado pela Contraponto, de Florianópolis, que está desde 2009 no SESCTV.

A documentarista mineira Júnia Torres, uma das organizadoras do festival forumdoc.BH, é a convidada para comentar o tema e os curtas deste episódio. "Acho interessante pensar o documentário como algo que está no meio, entre a subjetividade do artista e a publicidade gerada pela rua. Em alguns desses filmes o foco se concentra mais no artista e em outros mais no produto e na consequência com o contato com o público".

Os três documentários de O Artista e a Rua também fazem parte da coleção online do CurtaDoc (www.curtadoc.tv) e podem ser assistidos na íntegra no site. Em Selarón, A Grande Loucura, de Renata Brito e José Roberto Mesquita (19min, RJ, 2003), o artista plástico chileno Jorge Selarón, radicado no Brasil há mais de 20 anos, fala da sua paixão pelo Rio de Janeiro e de sua obra interminável, a intervenção urbana denominada “A grande loucura”. A narrativa faz uma homenagem a Glauber Rocha e é um retrato emblemático de Selarón.

O documentário Temporal – A arte de Stephan Doitschinoff, de Bruno Mitih (13min, BA, 2009), registra a temporada do artista em Lençóis, pequena cidade do interior da Bahia. Doitchinoff pintou muros e paredes degradados com obras carregadas de significados, influenciado pela cultura, religiosidade e história local.

O terceiro curta, também da Bahia, Leonel Mattos em 24 quadros por segundo, de Tuna Espinheira (10min, BA, 2009), apresenta um olhar sobre um pintor e escultor reconhecido pela crítica. Leonel Mattos, muralista baiano, democratiza o seu talento com as intervenções urbanas. O relato da passagem na estação do inferno, durante os quatro anos que ficou preso, mereceu uma sequência especial, quando incentivou os presos a se aproximarem da arte. Com ajuda de alguns, realizou a exposição "Caixa Preta", premiada e exposta no Museu de Arte Moderna da Bahia.

O bloco Curtas Palavras "Subjetividade" encerra o programa com depoimentos do cineasta Guilherme Castro (RS) e do professor de cinema Hélio Godoy (MS). Além da estreia na terça, 1º de janeiro, O Artista e a Rua será reapresentado na quarta (1h e 15h), quinta (9h) e no sábado (22h).