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Ouro Verde – A Roda de Samba do Marapé

A roda de samba Ouro Verde, de Santos, no bairro Marapé, leva esse nome por tocar todos os sábados no clube homônimo, na Rua 9 de julho. A roda é conhecida pelos santistas atentos ao samba de alto nível e principalmente pelos moradores do bairro; além de ser visitada por pessoas de outros lugares também (São Paulo e redondezas). A história não nega as raízes musicais do Marapé. Por muitas décadas, diferentes rodas de samba e grupos de choro marcavam ponto em algum bar da região ou nos quintais dos chalés: pontos de encontro de seresteiros, violeiros e afins. Atualmente é nítida a mudança, seja pela urbanização do bairro, onde os chalés deram lugar para os prédios, e também pela morte de muito daqueles personagens que ajudaram a perpetuar o samba na cidade. Assim, por sabermos da importância da roda do Ouro Verde para a vida musical de Santos, resolvemos tentar entender através dos depoimentos de integrantes da roda como eles conseguiram resistir bravamente por sua manutenção - afinal, existe sem qualquer subsídio.

Tema: CULTURA POPULAR

Tags: amigos, amizade, bar, marapé, memória, samba, samba de roda, santos

FICHA TÉCNICA

País: Brasil

Duração: 30'47"

Diretor: Nildo Ferreira e Kauê Nunes

Produtor: Day Rodrigues e Coletivo Dose de Inspiração

Ano: 2012

Formato: HD

Montagem: Nildo Ferreira, Nilton Ferreira, Kauê Nunes e Eduardo Bezerra

Som Direto: Aloizio Barros e Felipe Dutra

Fotografia: Nildo Ferreira, Nilton Ferreira, Kauê Nunes e Danilo Pimenteil


Comentário do Diretor: Nossa pesquisa aconteceu principalmente através de muito bate-papo com os moradores do bairro, frequentadores do clube e familiares dos músicos da roda. Todos sempre com uma história para contar e muito brilho nos olhos (saudosos de um Marapé que não existe mais), que nos fez crer mais ainda a importância desse registro em audiovisual. A memória nos causos e retida por cada um, mostradas com muito apreço ao nos contar. Entre uma cerveja e outra, ou uma batida de maracujá do Edmilson, aprendemos aquilo que os livros ainda não sabem: a vida de gente muito simples, generosas e protagonistas da cultura popular, o samba e suas histórias, hábitos e lembranças. Porém, a nossa surpresa foi a cada entrevista, em cada set de filmagem, o quanto há de Marapé na roda do Ouro Verde e o quanto eles todos são Marapé desde a tenra idade, mas principalmente enlaçados pela forte amizade. Todos são amigos, e a maioria desde a infância. Mas o que nos chamou mais atenção, foi a maneira que encontraram para guardar o passado cantado e musicado ali na beira do morro: através de encontros pontuais na antiga casa do patrono de toda a história da roda, o Seu Lili, regado por biritas e valsinhas antigas, eles reúnem-se todos os sábados, às 18h30. E assim nos abriram um lugar na roda, sentamos com a nossa curiosidade de aprendizes, olhos atentos e alegres por podermos ajudar levar a história da roda do Ouro Verde e Marapé para quem quiser conferir como se faz um samba, sempre autêntico.

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